sábado, 4 de agosto de 2007

Sob frio, Bonito recebe 30 mil em festival

Conhecida por sua natureza, a cidade de de Bonito (MS) engrena o Festival de Inverno, garantindo um final de semana de intensa agitação cultural com espetáculos de teatro, música e artesanato tomando conta das ruas. O público esperado é de 30 mil pesssoas.

O show da cantora Rita Lee, na noite deste sábado, deverá ser o ponto alto do Festival de Inverno que Bonito realiza há oito anos. A praça da Liberdade, a principal da cidade, se tornou o palco permanente de artistas de rua. Durante o dia é a vez dos anônimos.

Paulo Costa, 40 anos, se orgulha de exercer uma profissão que praticamente desapareceu no século 19, após a invenção do papel fotográfico. Ele desenha retratos de pessoas. Além da paciência e da observação minuciosa dos detalhes, Costa usa lápis-carvão para pôr no papel expressões de pessoas que se dispõem a posar por trinta ou quarenta minutos.

"Nada é tão crítico quanto retratar o rosto de alguém, se o artista retrata uma árvore, por exemplo, alguns detalhes passam despercebidos do observador, com o retrato não tem isso", diz o retratista.

A professora Rosinéia Lima Silva, 42, que veio de Rondônia para o festival, se dispôs a ficar meia hora parada diante de Costa. É gente como ela que transformou o festival numa tradição de Bonito, quando o frio chega.

Segundo a prefeitura, 30 mil pessoas passam pela cidade durante os quatro dias do festival - é mais do que a população (18 mil). "Quem vem ao festival injeta aqui R$ 2,5 milhões em restaurantes, bares, hotéis e em passeios", calcula o secretário de turismo Augusto Barbosa Mariano. "A taxa de ocupação dos hotéis hoje está em 97%, é praticamente impossível achar um lugar para ficar".

O turismo é a engrenagem que move a cidade. Transformada num dos principais destinos do ecoturismo brasileiro nos anos 90, Bonito tem uma receita com a atividade de R$ 30 milhões por ano - R$ 7 milhões a mais que todo o orçamento da prefeitura. De acordo com Mariano, o dinheiro passa pelas mãos de 4,3 mil pessoas que trabalham diretamente do setor.

O festival custou R$ 1,5 milhão. A maior parte da conta (R$ 1 milhão) ficou com empresas estatais - Petrobras e Correios - e do poder público estadual e municipal.

Enquanto Rita Lee não sobe ao palco, Patrick de Lima, 17, teve os seus momentos de celebridade. O jovem violonista abriu a programação musical do dia, dedilhando polcas e músicas regionais. Especialmente sob um vento cortante de 7ºC. Patrick faz parte do grupo Arte para Todos, um projeto que reúne 340 crianças e adolescentes de Bonito para aprender uma arte (teatro, artesanato, malabares, música), além de reforço escolar.

"Já toco faz dois anos e é o que eu quero para mim, a coisa que me deixaria mais triste seria perder um braço e nunca mais encostar num violão", diz.

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