quinta-feira, 2 de agosto de 2007

2ª Mostra de filmes hip hop terá sessões gratuitas e shows

Da história do lendário grupo Wu Tan Clan, que emergiu das favelas para em seguida tomar de assalto o resto do mundo com sua sonoridade inspirada no kung-fu, ao primeiro registro em filme do rap no Brasil, a “Segunda Mostra de Filmes Hip Hop de São Paulo” dá início, nesta quinta (2), a uma verdadeira maratona cinematográfica e musical.

A partir da sexta (3) serão exibidos 13 títulos, distribuídos em 21 sessões, todas gratuitas. A grande novidade desta edição fica por conta do Programa Nacional, composto apenas por material produzido no Brasil, e dividido em duas seleções: Velha Guarda e Nova Escola.

Escalado para tocar na festa de abertura do evento, nesta quinta (2) na choperia do Sesc Pompéia, às 21h, o DJ e produtor Pete Rock - considerado por si só uma escola sonora das mais importantes na história do hip hop - conta, por e-mail, que fará “uma mistura bacana de rap old school e coisas dos anos 90”. Segundo ele, a década corresponde à “era dourada da música”.

Trazendo na mala “discos, agulhas e fones de ouvido” – dando pistas de que vai usar apenas discos de vinil em sua apresentação, para alegria dos aficionados - Pete Rock tem entre seus maiores feitos remixes de Public Enemy e a revitalização da carreira de Run DMC na década passada.O encerramento, marcado para a próxima sexta (10), no mesmo local, ficará a cargo de KL Jay, DJ dos Racionais MCs, que está lançando a mixtape “Rotação 33”, construída apenas com trechos de vinil de rap nacional. “A mixtape foi gravada em agosto do ano passado. Faz um ano que escrevi meu verso, vamos ver na hora o que acontece”, conta o rapper paulistano Parteum, que fará participação no show ao lado de Max B.O. e Kamau, entre outros MCs.

Parteum – ou Fábio Luiz, seu nome de batismo – poderá ser visto também no documentário “Farpas, pregos, nuvens, orações”, que mostra os bastidores de uma turnê com Secreto e Suissac, sob a direção de Cássio Bossert. "Acho que a grande verdade está bem sintetizada nos 50 minutos que serão exibidos na mostra, mas o DVD tem duas horas e meia de duração”, diz.

“Não sei se um outro diretor conseguiria fazer um retrato tão fiel do que a gente acredita, pratica e respeita”, comenta o rapper, que está terminando a trilha de um documentário sobre quilombos em Minas Gerais com Beto Villares, entre as sessões de gravação da trilha da segunda temporada de “Antonia”. “Com esse documentário poderemos elucidar parte do enigma da evolução do rap brasileiro, por exemplo. Seja ele encarado como válvula de escape de garotos de periferia ou possibilidade de negócios promissores.”

Para ele, um evento como a Mostra “sempre define o próximo passo”. “Hip hop é cultura, com certeza vai além do disco, da roupa, da jóia... O cinema entende isso, entretanto nem toda história precisa passar pelas mãos de quinze roteiristas para ser contada. A mostra reitera o pensamento de ‘do-it-yourself’ [faça você mesmo] lá do começo.”

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