terça-feira, 24 de julho de 2007

Kelly Rowland mostra por que não é Beyoncé

"Ms. Kelly" explica porque Beyoncé é Beyoncé, e Kelly Rowland apenas uma sombra da estrela no Destiny's Child. Faltam ao segundo disco solo de Rowland a ousadia, a qualidade nas composições e a potência na produção que sobram nos dois CDs de sua ex-colega de grupo. "Ms. Kelly" é interessante, mas não mais que isso.

O CD deveria ter chegado às lojas em 2006, mas, às vésperas do lançamento, a cantora decidiu refazer tudo. Disco pronto, julgou aquilo que escutou romântico demais. Não queria fazer um segundo "Simply deep" (2002), marcado pelo supersucesso "Dilemma", dueto com Nelly.

Convocou alguns produtores peso-pesados do hip-hop (Scott Storch, Rockwilder, Sean Garrett) e partiu para um caminho mais agressivo e dançante. Mais Beyoncé. Foi aí que a porca torceu o rabo. Kelly Rowland, amiga de infância e "prima de consideração" de Beyoncé, é muito mais suave que a esposa de Jay-Z e funciona muito melhor em baladas e material romântico do que em funks mais agressivos.

"Like this", faixa de abertura e primeiro single, tem participação da rapper Eve. Apesar de bom R&B (atente para os tamborins ao fundo, pontuando boa parte da canção), soa como uma música do Destiny's Child que não deu muito certo. Mais bem acabadas, "Comeback" e "Ghetto" (Snoop Dogg rapeando) estão alguns furos acima, mas não chegam a dar vontade de meter o dedo na tecla repeat.

"Flashback", melhor faixa do CD, pode ser definida como uma "balada romântica do século XXI". A base metálica contrasta com a suavidade da letra e dos vocais. A combinação deixa o ouvinte intrigado. Nada a fazer senão voltar ao flashback.

Bem mais convencional, "Still in love with my ex" é simpática e inofensiva. O banho de loja "muderno" que dá certo em "Flashback" não funciona tanto em "Gotsta go pt. 1". Com participação da rapper Da Brat, a última faixa de "Ms. Rowland" não se resolve e dá novamente a sensação de Destiny's Child requentado.

Ao tentar ser um pouquinho mais Beyoncé em seu segundo disco, Kelly Rowland acabou ficando no meio do caminho entre dois papéis: o da cantora romântica de "Simply deep" e a rainha sexy que sua parceira-patroa desempenha tão bem. Melhor fez Michelle Williams, a terceira das Destiny's Child: fez um disco de gospel, estilo que domina desde a infância e no qual não manda nota fora.


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