quarta-feira, 25 de julho de 2007

Gil defende música e cultura livres nos moldes do software Linux

MILÃO, 25 JUL (ANSA) - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, que se encontra na Itália para apresentações de sua nova turnê mundial "Banda Larga", dedicada às novas tecnologias e ao problema de acessibilidade à propriedade intelectual, declarou ontem que "a cultura como um todo e a música principalmente devem se tornar livres e compartilháveis assim como o software Linux".

Não por acaso, cada concerto da nova turnê é aberto por uma voz que diz: "Pede-se aos senhores espectadores para que filmem e fotografem o show e para que o baixem no site de Gilberto Gil". "Estamos em uma fase de continua evolução. Não se pode pensar em defender o existente. É necessário procurar novos modelos, novas definições de direitos autorais e novos modos de remunerar os artistas", explicou Gil, que se apresentará depois de amanhã no festival latino-americano de Assago, cidade da província da Lombardia, região norte da Itália. "Não sou eu que digo isso, mas um vasto número de opiniões que aprendi a conhecer sobretudo quando me tornei ministro e comecei a intermediar os pedidos da sociedade civil e as posições oficiais do Governo, sancionador das leis".

Para compensar as gravadoras e os artistas pela perda dos direitos autorais, e ao mesmo tempo para evitar que quem baixa bens de propriedade intelectual pela rede venha a ser acusado de crime, Gil já tem em mente um modelo: "Linux é um software livre e aberto, para cujo desenvolvimento contribuem milhões de pessoas em cada parte do mundo. Ninguém paga para o ter, mas podem contribuir para melhorá-lo, tanto que atualmente, nos estúdios de Hollywood, para a realização de efeitos especiais, 70% dos computadores utiliza a plataforma Linux, que são mais confiáveis".

Perguntado se o mercado musical, uma vez desligado da industria fonográfica e das exigências de lucro, poderá se desenvolver neste caminho, Gil respondeu: "É cedo para dizer, vejo os movimentos atuais, não o futuro, que depende do quanto será intenso o movimento social que surgirá voltado para essas novas possibilidades".

Para as novas tecnologias, "necessárias para o desenvolvimento e a mudança", Gil dedicou também sua música "Banda Larga", cujo vídeo-clipe foi filmado dentro de sua própria casa, com um telefone celular, pelo cineasta Andrucha Waddington, difundido posteriormente pela Internet.

Na cozinha, entre geladeiras cobertas de imãs e amigos reunidos ao redor de uma mesa, o "Ministro da Contracultura", como definiu recentemente o jornal britânico "The Guardian", canta sobre novas tecnologias, Internet e YouTube.

Uma música que é um verdadeiro manifesto da cultura digital e da informação democrática porque "como antes necessitávamos de ferrovias e estradas, hoje todos temos necessidade de banda larga", concluiu Gil. (ANSA)

Leia também..

Nenhum comentário:

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru