quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Vai ser sexy lá na esquina: Malásia não quer ousadias no palco

Algumas das maiores celebridades do mundo estão enfrentando uma pressão cada vez maior para manter os figurinos curtos demais e as coreografias ousadas longe do palco durante suas apresentações na Malásia, afirmam organizadores de eventos, mencionando protestos de críticos muçulmanos que acreditam que artistas do ocidente podem corromper a juventude.


Gwen Stefani fez o que chamou de “um grande sacrifício” vestindo roupas pouco reveladoras para se apresentar em Kuala Lumpur, na última terça (21). O maior grupo estudantil muçulmano malaio chegou a exigir o cancelamento do show na capital do país, alegando uma suposta forma indecente de se vestir e obscenidade.

Produtores anunciaram que a cantora Beyoncé tem uma apresentação no país programada para o dia 1º de novembro, mas com ressalvas. “Informamos o empresário da artista sobre a questão das roupas, mas tira um pouco da graça”, reconhece Razlan Ahmad Razali, da Pineapple Concerts, responsável pela apresentação da artista na Malásia.

“Beyoncé não poderá fazer o tipo de apresentação que ela faz em todos os lugares”, disse Razlan à agência de notícias “Associated Press”. “Ela é um ícone fashion, e nós sabemos que ela sempre usa minissaias e roupas que deixam seu umbigo à mostra durante os shows. É uma pena restringi-la, porque seus figurinos são muito glamourosos.”

O rapper Kanye West se deparou com um problema diferente quando foi a Kuala Lumpur em abril. Na ocasião, representantes do governo disseram que ele não poderia apresentar um de seus maiores hits, “Jesus walks”, devido ao título da canção.

As orientações do governo malaio quanto a performances públicas incluem normas que fazem com que as artistas se cubram do pescoço aos joelhos, e também os ombros. As celebridades também não devem beijar ou abraçar, e suas roupas não podem conter imagens ou mensagens relacionadas a obscenidades ou drogas.

Protestos continuam

Um show das Pussycat Dolls no ano passado custou aos organizadores malaios uma multa de US$ 2.857 depois que o grupo foi acusado de violar o regulamento de decência.

Tantas ressalvas têm feito com que a Malásia seja menos atraente para algumas celebridades. Um produtor de shows que não quis se identificar disse que as complicações por causa do figurino fizeram com que a cantora Christina Aguilera evitasse a Malásia em sua turnê pela Ásia, que incluiu shows em países vizinhos, como Cingapura, Tailândia e Filipinas.

O maior partido político da oposição – que foi contra o show de Gwen Stefani no país – diz que fará protestos no futuro se Beyoncé ou outros artistas como Justin Timberlake se apresentarem lá.

“Mesmo com Stefani, não estamos satisfeitos só porque ela se cobriu para se apresentar”, diz o chefe do partido Kamarulzaman Mohamed. “Lá fora, ela ainda usa roupas sexy e continua influenciando adolescentes que a idolatram. É ruim ter artistas imorais visitando a Malásia.”


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