terça-feira, 3 de julho de 2007

Woodstock judeu reúne reggae, maconha e religião

Um grupo toca reggae diante de uma grande estrela de David, um cantor entoa um hino a Israel de autoria de Serge Gainsbourg e um rabino começa a pregar um retorno à fé imerso numa nuvem de fumaça de maconha: bem-vindos ao Woodstock religioso de uma colônia judia da Cisjordânia.


Milhares de pessoas participam na 8ª edição do "Festival do Fim dos Tempos", realizado no último domingo (1º de julho) em uma floresta de pinheiros do bloco de colônias de Goush Etzion, invadido em uma noite de verão por uma multidão de jovens religiosos de tendências variadas, usando quipás, e de hippies com ponchos coloridos.

"Este festival me dá forças espirituais" explica Elisheva, uma jovem de 16 anos, vinda de Jerusalém. "Há algo de sagrado no ar", diz, extasiada. Perto dela, adolescentes fumam em narguilés sentados sobre tapetes, balançando a cabeça ao som da música.

Uma cortina foi erguida para separar as danças das mulheres e a dos homens, mas os grupos esquecem as proibições religiosas e se misturam rapidamente.

"Agradeça a Deus todo dia", grita o cantor Yeouda Leuchter.

O festival, apresentado como um "encontro espiritual único", é considerado a ocasião para o encontro entre os colonos radicais acampados pela Cisjordânia e os judeus laicos, que acabam de chegar de uma viagem espiritual à Índia após terem cumprido seu serviço militar.

Nos estandes instalados na floresta, é possível comprar tecidos indianos, bijuterias e discos dos artistas presentes no festival.

Um pouco mais distante dali, um casal faz seu próprio pão em um forno rudimentar e vende saladas e queijo por um preço modesto.

Os organizadores, os Leuchter, criaram este Festival de música judaica em memória de seu pai, um músico morto em 1994.

Redenção

"Nossa mensagem é uma mensagem de união entre as diferentes parcelas do povo judeu, pois todos juntos podemos atingir a redenção", afirma Raphaël Barkatz, 25 anos, saxofonista nascido em Paris.

Moshé Karo, 57 anos, um imigrante da Ilha de Reunião, entra em cena para interpretar uma canção pouco conhecida do artista francês Serge Gainsbourg, "A areia e os soldados", cujos direitos foram oferecidos em 1967 ao Estado de Israel.

"Sim, defenderei a areia de Israel, a terra de Israel, os filhos de Israel, pronto para morrer pela areia de Israel", entoa em francês antes de traduzir para o hebraico. "A música é uma forma de orar para Deus", diz o cantor.

Com a chegada da noite, após a saída das famílias e dos poucos adultos, os casais se formam e um odor de maconha se espalha no ar.

Para Yocheved, 25 anos, vindo de Jerusalém com um grupo de amigos, esta noite é a chance de se reunir com pessoas legais. "Há um ambiente genial, a música é boa, é uma felicidade", diz ela antes de pegar um tamborim para tentar acompanhar o ritmo dos músicos que se apresentavam.

Enquanto isso, os rabinos velam pelos jovens: Michi Yossefi, verdadeiro guru dos jovens colonos, se apodera do microfone e prega o respeito aos valores religiosos judeus aos jovens que bebem suas palavras, com grandes olhos avermelhados abertos.

Os brincos dos homens e as saias curtas das mulheres não chocam, ele viveu na Índia e quer tentar trazer de volta as ovelhas desgarradas.

O dia nasce. Os músicos tocam seus instrumentos e entoam as preces cotidianas da manhã enquanto que ao longe as colinas resplandecem iluminadas pelo brilho vermelho do sol que surge.


Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru