quarta-feira, 13 de junho de 2007

Após 15 anos, Roberto Carlos se apresenta no Canecão

A última vez que Roberto Carlos havia cantado no palco do Canecão, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, foi em 1992, com a turnê Coração. De lá pra cá, foram 15 anos de espera. O Rei voltou à casa de espetáculo na noite desta terça-feira (12), Dia dos Namorados, iniciando uma temporada de duas semanas.

Foi o primeiro show do cantor depois da polêmica gerada em cima da biografia não-autorizada “Roberto Carlos em Detalhes”, do escritor Paulo César de Araújo.


Bem humorado, o cantor chegou a brincar com a polêmica de uma discutida censura à publicação: “No dia em que eu escrever um livro sobre a minha vida e... caramba! Quem mandou eu improvisar?”, disse o cantor. “Eu vou reservar um espaço especial para o Canecão”, declarou.



Muitos fãs aguardavam desde cedo a abertura dos portões. Para eles, é praticamente impossível conhecer alguém que não tenha pelo menos uma canção do Rei na ponta da língua. Seja influenciado pela mãe ou pela avó, todos guardam algum detalhe do repertório romântico de um dos cantores mais populares do país.

O público presente passeava por todas as idades. Gerações de famílias inteiras estavam envolvidas no evento. Luiza Albuquerque, de 58 anos, fã de carteirinha, levou as filhas, Fabiana, de 31 anos, e Viviane, de 26, e o neto, Pablo, de 10, para o show. O menino disse que aprendeu a gostar das músicas com a avó.

“Minha mãe e minha avó me ensinaram as músicas de Roberto Carlos. Eu gosto muito das canções dele. Já sei cantar todas e não vejo a hora do show começar, estou muito ansioso”, disse o garoto.

O repertório foi um mistério até a abertura da “Tour RC 2007”. Ele e seu maestro, Eduardo Lages, decidiram na sexta-feira (9), quais músicas entrariam no show. As dúvidas acabaram às 22h, quando as luzes do palco acenderam e a orquestra RC9 começou a tocar um pout-pourri instrumental com muitas canções conhecidas do rei.

Dezesseis integrantes formam a banda regida por Eduardo Lages. Muitos acompanham Roberto Carlos desde a época da Jovem Guarda, outros entraram logo em seguida. Foram 21 canções em 1h50 de espetáculo, com um pouco de cada fase da carreira do cantor. No repertório não faltaram músicas como “Detalhes”, “Outra vez” e “Proposta”.


Tantas emoções

"Emoções", uma das músicas mais conhecidas do Rei, abriu o espetáculo. Um Roberto Carlos feliz e bem humorado emocionou o público estimado em 1800 pessoas. A canção traduziu o momento do Rei durante todo o show. Segundo ele, voltar a tocar no Canecão era um sonho. Foi lá, que o cantor fez o seu primeiro grande espetáculo, em 1970, um marco na sua carreira.

Após fazer uma declaração de amor ao público e à casa de espetáculo, Roberto Carlos cantou “Como é grande o meu amor por você”. A música foi cantada em uníssono, trazendo lágrimas e arrepios aos mais apaixonados.

Em seguida, o cantor colocou todo mundo para dançar com o sucesso “Além do horizonte”, regravada recentemente pelo grupo mineiro J Quest.

O Rei provou que além de cantar também é instrumentista. Ele pediu licença à RC9 e, com um violão nas mãos, cantou e tocou “Detalhes”, para delírios dos fãs presentes. Mas o maior momento de emoção foi quando Roberto Carlos sentou-se em frente a um piano branco e conduziu “Acróstico” e “Amor sem limites”, ambas escritas em homenagem à sua mulher, Maria Rita, falecida em dezembro de1999, vítima de câncer.

Numa mistura de luz e cor, o Rei surge com um dos grandes sucessos da Jovem Guarda: “O Cadilac”. Mais uma vez, o carioca mostrou porque é fã de Roberto Carlos. Todos cantaram a música em coro e ficaram eufóricos quando um Cadilac vermelho inflável, de aproximadamente 6 metros, surgiu no meio do palco. O mesmo aconteceu em “O Calhambeque”, trazendo uma réplica azul do veículo.

No meio do espetáculo, Roberto Carlos canta “Negro Gato”, banida por ele do seu repertório desde que ele iniciou o seu tratamento contra o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). “Eu comecei a cantar essa música no ano passado. Faz parte do bom resultado contra a terapia do TOC”, brincou.

Como se não bastasse, o cantor provou em “É preciso saber viver” que não tinha mais problemas com a doença. Pela primeira vez, desde que iniciou o tratamento, ele cantou o verso original “se o bem e o mal existem”. Antes ele citava “se o bem e o bem existem”. O publico gritou e aplaudiu de pé.

A última parte do show apresentou canções, como: “Cavalgada”, “Café da Manhã” e “Os Botões da Blusa”. No final, como não poderia deixar de ser, Roberto Carlos distribuiu rosas vermelhas e brancas ao som de “Jesus Cristo”.

A nova temporada de Roberto Carlos reservou surpresas e trouxe uma noite única para todos aqueles que decidiram comemorar o Dia dos Namorados ao lado do Rei. A turnê acontece no Canecão até o dia 24 de junho.


Celebridades compareceram ao show

No meio da platéia de 1800 pessoas, era possível ver muitos artitas que foram assitir o primeiro show da turnê “Tour RC 2007”, no Canecão.

O cantor e compositor e ministro da Cultura, Gilberto Gil, esteve presente e disse que não havia data melhor para o Rei estrear no Rio de Janeiro.

“É uma coincidência incrível. O Roberto tem essa marca, o romantismo. Ele disse que fez questão de fazer o show hoje”, declarou o ministro.

Quem também marcou presença foi a atriz Camila Pitanga, a Bebel de “Paraíso Tropical”. Ela levou a avó, Maria Helena, para ver o show do Rei pela primeira vez.

“Estou realizando um sonho da minha avó. Tudo está sendo mágico e perfeito para ela, que sempre foi fã do Roberto, mas nunca teve a oportunidade de vê-lo de perto. Esse dia é dela”, falou a atriz.

Entre os convidados, também estavam a autora de novelas, Glória Peres, o ator Antônio Pitanga e a mulher, Benedita da Silva, os cantores e compositores Zeca Pagodinho e Lenine, e o casal Maurício Mattar e Paola Oliveira.




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