sexta-feira, 15 de junho de 2007

Lauryn Hill demora, mas conquista público ao final

A placa na entrada já indicava que as coisas deveriam ser do jeito dela: Lauryn Hill não, miss Lauryn Hill. E foi exatamente assim nas mais de duas horas de show da cantora norte-americana na noite desta quinta-feira (14) em São Paulo.

A concorrida apresentação, vista por um público de 4.000 pessoas no Tom Brasil Nações Unidas, trouxe sucessos da ex-vocalista do Fugees em versões bastante diferentes das originais - mesmo sendo a primeira vez que visita o país - e fez um giro por diversos gêneros da música negra como hip hop, soul, jazz e gospel e música jamaicana.

Um indício de que a noite seria conduzida da maneira que miss Lauryn Hill quisesse estava no atraso considerável para o começo do show. Marcada para as 22h, a performance só teve início uma hora e meia depois, com a subida - inicialmente sob vaias - dos 11 integrantes da banda da cantora ao palco.

Ainda assim, foi preciso mais 15 minutos de jam session entre o grupo para que finalmente ela, vestida com um casaco salmão e um boné quadriculado, saudasse o público paulista pela primeira vez. Na platéia, fãs de hip hop, modernos e playboys, além de VIPs como o Sepultura Andreas Kisser e a baiana Ivete Sangalo.

A cantora investiu o primeiro quarto de sua apresentação em interpretações menos cantadas, com alguma influência do vocal de MCs jamaicanos - com certeza a convivência com Rohan Marley, com quem tem quatro filhos, fez alguma diferença. Lauryn Hill se movimentava no palco, enxugava o suor o tempo todo com a toalha preta a tiracolo, só que o gelo na apresentação ainda precisava ser quebrado.

"To Zion" tratou de fazer isso, mas já era um pouco tarde: o aperto inicial na pista deu lugar a espaços, já que os menos entusiasmados começavam a deixar a casa. Mas foi a partir daí que Lauryn Hill injetou força no espetáculo. Após o belo momento com o lamento "Zimbabwe", a cantora trouxe hits da época dos Fugees como "Zealots" e "Ready or not (here I come)", que levantaram a platéia e deixaram no ar a pergunta: por que não um pouco antes?.

Mas ainda era esperado o maior hit da carreira de Lauryn Hill, o cover de "Killing me softly", que já era pedido na pista. Quando a cantora deixou o palco antes de um próximo bis, o público não quis esperar e começou a puxar a música. Ainda levou mais alguns minutos e outra faixa até que miss Hill cumpriu o esperado e trouxe uma versão sem os radicalismos vistos até então na noite.

Ainda houve tempo para a nova música, "Lose myself", do desenho da Disney "Tá dando onda", e para outro grande sucesso da época dos Fugees, "Doo wop", que veio emendada com o clássico do soul "Heat wave", de Martha & The Vandellas. Faltou "Everything is everything", mas à essa altura o público já sentia que a apresentação não tinha sido perdida e que, apesar de em cima da hora, Lauryn Hill dá um gosto do que fez a sua fama.

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