domingo, 10 de junho de 2007

Los Hermanos fazem despedida em tom emocional

“É o fim, é o fim”, cantava Marcelo Camelo quando o último show do Los Hermanos, pelo menos em um bom tempo, estava prestes a acabar. “É o fim, é o fim?” era o que se perguntavam de verdade os 5.000 fãs que lotaram a Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, para ver a despedida do quarteto na madrugada deste domingo (10).

Em pouco menos de duas horas, admiradores que vieram de várias partes do Brasil - e que fizeram questão de demonstrar isso com a bandeira de seu estado - assistiram a um balanço dos quatro discos e dos dez anos de carreira de Los Hermanos num fervor ainda maior do que é encontrado normalmente em quem segue o grupo.


Mar de braços

Músicas cantadas em uníssono, um mar de braços ao alto nas faixas preferidas e até rodas de pogo e empurra-empurra - numa lembrança da origem hardcore da banda - se alternaram durante a noite, que ainda teve uma presença mais performática dos normalmente contidos hermanos.

Por sinal, na atmosfera de culto se mostrou logo na música ambiente que precediu o show - a versão de Jeff Buckley para a religiosa “Hallellujah” do (desconhecido por aqui) Leonard Cohen teve forte recepção.


Figurinos

A banda subiu ao palco à 0h15, com Marcelo Camelo vestido de terno e gravata e Rodrigo Amarante com um blazer, num figurino que surpreendeu o público. A abertura do set com “Dois barcos”, do último disco “4”, se seguiu a um começo de andamento mais lento do que nos shows anteriores.

Mas “Além do que se vê” e “O vencedor” um pouco a seguir, ambas faixas de “Ventura”, provocaram mais comoção na platéia, que já sofria com o espreme-espreme na área próxima ao palco. No entanto, como evento voltado quase exclusivamente para o admirador fiel do grupo, esse era um dos muitos perrengues que o fã não se importou de passar.


Sucessos

Para os que esmiúçam o repertório em busca de sinais sobre o futuro da banda e que fizeram questão de curtir a fossa pós-anúncio do recesso em tempo indeterminado, o grupo desenterrou faixas sintomáticas para a platéia como “Lágrimas sofridas” e “Adeus você”.

Marcelo Camelo ainda ensaiou passos de dança desajeitados. A performance brindou o público em um raro momento mais solto do cantor. Amarante manteve seu estilo mais explosivo de se comportar no palco, em contraste com o tecladista Bruno Medina e o baterista Rodrigo Barba, sempre bem mais comedidos.


Bis

O Los Hermanos emendou favoritas da platéia para os dois bis que a banda fez, com, entre outras, “Anna Júlia”, “Todo Carnaval tem seu fim” e “Pierrot”, esta última pedido insistente do público e que foi o ponto final da apresentação.

Com todo o grupo e pessoal de apoio em um abraço de despedida, os fãs deixaram a Fundição Progresso mais conformados do que entraram, satisfeitos com o que tinha de mais concreto - o show que tinham acabado de ver. Agora é só esperando para conferir o que pode acontecer na história do Los Hermanos.

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