quinta-feira, 21 de junho de 2007

Músico da Nação Zumbi mostra faceta solo


O guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia, é conhecido dentro da banda pernambucana pela fixação por equipamentos e tecnologia. A atração é tão grande que, em seu disco solo de estréia, o próprio nome foi esquecido para que essa persona fosse assumida: o artista é Maquinado, e o título do álbum, "Homem binário".

O trabalho acentua influências já ouvidas na Nação Zumbi como hip hop, música eletrônica e levadas jamaicanas, mas é o entusiasmo de Lúcio por aparelhos, blips e pelas próprias características da vida atual que move o disco, lançado pela gravadora Trama.


"Tem um negócio bacana que é o fato de a linguagem binária - a linguagem das máquinas, a que lida com zero e um - ser a mais simples do mundo. Eu achei um texto que dizia que o homem não é binário, é um ser que se dá o luxo do improviso. Aí eu pensei se a gente é realmente não-binário 24 horas por dia", afirma.

"E eu acho que a gente passa muito mais tempo na linguagem simples do dia-a-dia, do 'sim ou não', do 'verdadeiro ou falso'. É muito mais repetitivo do que qualquer outra função, e você faz isso 70, 80 anos da sua vida. Mas não é algo necessariamente desprazeroso. Ainda existe poesia aí."

O plano de fazer um projeto solo vem já de um período de mais de três anos, numa seqüência sem descanso de fertilidade criativa iniciada com a trilha sonora do filme "Amarelo manga", feita quase totalmente em parceria com o cantor da Nação, Jorge Du Peixe. Os colegas de banda também dão uma mão em diversas faixas de "Homem binário".


"A verdade é que eu não consigo enxergar até onde eu sou Nação Zumbi, até onde eu sou Maquinado, até onde eu sou Los Sebozos Postizos (grupo com integrantes da Nação Zumbi que faz versões de Jorge Ben). Eu não vejo fronteira nessas coisas e me envolvo da maior forma possível em todos os trabalhos, mas sempre com a idéia de não me repetir", diz.

Além dos parceiros de sempre, o guitarrista ainda conta com participações do rapper Speed na faixa "Tá tranqüilo", o ex-Mestre Ambrósio Siba toca em "Alados" e Rodrigo Brandão, do grupo do hip hop Mamelo Sound System, faz letra e voz de "Eletrocutado".



Novo disco da Nação Zumbi


"Homem binário" é mais uma etapa de um ano bastante movimentado para Lúcio Maia. Paralelo à fase de lançamento de seu trabalho solo, ele já engata as gravações do novo disco da Nação Zumbi, que será o primeiro pela Deckdisc (casa de Pitty), com o qual o grupo assinou após a saída da Trama.
"A gente já está na parte de pré-produção. Vamos entrar em estúdio em julho e o disco deve sair até meados de outubro", diz. Apesar de não querer revelar o título provisório, ele adianta que o disco terá 12 músicas, já compostas, e mostrará uma pegada diferente dos trabalhos anteriores:

"Isso é a única coisa que eu posso te garantir. Vai ser um disco bem para cima, bem alegre, bem Nação Zumbi primeira fase. Todo mundo está saindo da casa dos 30 anos, entrando na dos 40. A gente agora, mais do que nunca, sabe se expressar".

O Maquinado toca em 27 de junho em São Paulo no Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha,170, Vila Madalena, tel. 11-3817-5425) e 18 (Sesc Santo André) e 19 (Sesc Pompéia) de julho e ainda deverá passar por Rio de Janeiro, Curitiba e Nordeste no decorrer do ano.




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